sábado, 29 de março de 2014

O QUE É VIDA ESPIRITUAL? QUAL É O SEU PROPÓSITO E O QUE ELA INCORPORA?

A vida pode ser dividida em duas categorias: física e espiritual. A vida física pode ser Jada ou Chetana, insensível ou sensível, e isso é um processo de evolução. A vida física sensível começa como uma ameba e de acordo com o pensamento védico, o desenvolvimento completo de oitocentos e quarenta mil Yonis ou formas de vida, alcança o seu ápice com a forma humana.

A vida humana é a culminação da evolução da vida física assim como o mestrado é a culminação da educação ou a morte é a culminação da vida. Contudo, certos aspectos são comuns tanto para os seres humanos quanto para todas as outras formas de vida. Um deles é a fome. Todas as formas vivas requerem alimentação. Um inseto come, um elefante come, um porco come e você come. O segundo é o sono. Por certo tempo à consciência de toda forma de vida se move para o estado delta quer seja um cão, macaco ou pássaro. Mesmo o vento vai dormir!

O terceiro aspecto em comum é o medo. Toda forma viva experimenta medo e insegurança. Nos seres humanos o medo tem variantes como: o medo da morte, doença, calúnia, punição a críticas e assim por diante. Bhartrihari diz no Vairagya Shatakam (v.35):

Bhoge rogabhayam kule chyutibhayam vitte nripalaadbhayam.
 Nos prazeres sensuais há o medo de doença, do estado de queda, na afluência da ação.

A psicologia define várias categorias de medo. “Eu vou enfrentar calúnia.” é um tipo de medo. “E se minha filha foge com alguém!” é também um tipo de medo. Não há limite para o medo e todo mundo enfrenta isso.
O quarto instinto comum para todas as criaturas vivas é a copulação. O instinto sexual é o mesmo em todos os seres vivos; ninguém está livre dele. Esqueça sobre Kabirdas ou Ramakrishna Paramahamsa. Eles não eram seres humanos, eles não pertenciam à espécie humana. Eles pertenciam a espécies espirituais, que é sobre o que nós estamos falando.

Quando você entra na vida espiritual, muitas mudanças se sucedem. Você passa por cima dos instintos naturais de fome, sono, medo e sexualidade. Enquanto você estiver sob o controle das leis da natureza, eles vão se manifestando em você e isso é a vida material. Quando você segue as leis da natureza, você está vivendo uma vida material, uma vida mundana e limitada. No entanto, de acordo com Mahamaya, o poder da natureza manifestado, concedeu um presente único aos seres humanos. Ele disse:

Jnanam Narayanam ekaha visheshaha.
 A habilidade de conhecer o Supremo é um atributo especial (dos seres humanos).

Este é um direito especial que foi concedido a você. Jnanam significa saber. Saber o que? “Eu sou.” Saber que você e os outros existem; que ontem foi, hoje é e amanhã será; que uma certa pessoa é seu pai, seu avô, ou seu bisavô; que você está falando, ouvindo e entendendo. Jnana é o conhecimento desse processo. É o conhecimento do tempo absoluto, passado, presente e futuro. Jnana é “eu sei que eu sei que eu sou.”

Você está apto a entender o que eu estou falando, mas um cão não entende isso. Ele olha para alguém e late, mas ele não sabe por que está latindo. O comportamento de todas as diversas criaturas do mundo é influenciado por seus instintos naturais, inatos. Nós também nos comportamos e agimos de acordo com nossos instintos. Nossas lágrimas e choro são influenciados por nosso Swabhava, instinto natural. Contudo, o que nos define como seres humanos é que podemos mudar nosso comportamento através da inspiração do conhecimento.


A vida espiritual começa com uma questão: “Quem sou eu?” você começa a se perguntar: “De onde eu vim? Eu sou o corpo? Se assim for, eu vou morrer em certa idade, eu não vou mais ser. Eu sou então perecível? Os Upanishads dizem, ' Você é indestrutível.' Como eu posso ser indestrutível se eu posso morrer? Eles dizem, 'seu corpo não é indestrutível; você é indestrutível.' Quem sou eu, então?” Shankaracharya escreveu no Mohamudgar (v.22):

Kastvam ko'ham kuta aayaatah kaa me jananee ko me taatah; Itiparibhaavaya sarvamasaaram vishvam tyaktvaa swapnavichaaram.
 Quem é você, quem sou eu, de onde eu vim, quem é minha mãe, quem é meu pai? Esta é a essência de tudo. Desista desse mundo de sonho e pense sobre isso.

Esta é toda a vida espiritual. Rituais e adoração não constituem a vida espiritual. Essa é a vida religiosa. A vida espiritual significa o conhecimento do terceiro olho que o Supremo tem dado a você. Com esse conhecimento, encontre a joia do Atman (espírito, suprema consciência)  escondida dentro de você.

Você terá que participar da vida material. Não há outro caminho. Você terá que passar pela vida instintiva, mas faça essas perguntas: “Quem eu sou? De onde eu vim? Qual é o caminho até a minha chegada? Qual será o cais da minha partida?” Depois de assumir a forma humana, faça estas perguntas. É quando você vai entrar na vida espiritual.

Progresso material e espiritual

O progresso material e espiritual são dois lados de uma mesma moeda. Não há como separar os dois lados de uma moeda – você só pode indicar a cara e a coroa, você não pode separar a prosperidade material da espiritual. Dois termos diferentes foram atribuídos a eles, mas na realidade eles são dependentes um do outro.

Geralmente se acredita que quando o progresso material persegue uma pessoa, isso causa a sua queda. Contudo, eu acredito que se uma pessoa é capaz de realizar uma tarefa por meio do poder da sabedoria, vontade e dedicação, não será permitido a ela falhar. Se uma pessoa pratica Yoga Nidra (técnica de relaxamento profundo), Dhyana (concentração), qualquer outra Anushthana (pratica especifica por um período de tempo requisitado) uma prática fixa de Sadhana (prática espiritual ou disciplina realizada regularmente para a realização da experiência interior e auto-realização), ou Tapas, austeridade, ela aumenta o seu poder da mente, e então seja o que for ela empreende benefícios à raça humana. Nesse processo, a pessoa pode ganhar dinheiro, alcançar a fama e se tornar uma figura histórica, mas isso não importa.

Afinal, a pessoa que descobriu a eletricidade fez um bem imenso para a humanidade. A pessoa que descobriu que o som das ondas pode viajar beneficiou a raça humana imensamente. Os objetos do nosso uso diário foram criados por indivíduos. O quão alto deve ser a consciência mental das pessoas que nos deram essas coisas para o nosso bem-estar! Portanto, não podemos condenar a vida material. Para se destacar é preciso ter uma consciência espiritual que beneficie a todos.

Sri Swamiji
Satsanga realizado por Sri Swamiji no ano de 2000 em Rikhiapeeth.

Fonte: http://www.yogamag.net/

segunda-feira, 24 de março de 2014

INSPIRADOR: Swami Niranjanananda Saraswati

Swami Niranjanananda Saraswati
(Nascido em 1960)



 Swami Niranjanananda Saraswati nasceu em 14 de fevereiro de 1960 em Rajnandgaon (Chhattisgarh). Aos quatro anos de idade, visitou o Ashram (comunidade Yogi) de Munger pela primeira vez com uma determinação de seguir o caminho de Sannyasa (renunciante, dedicação). Dos sete aos onze anos, ele viveu no Ashram onde, sob a tutela de Sri Swamiji, recebeu intenso treino Gurukul (família do Guru) e foi educado em línguas, escrituras, filosofia, arte, ética, ciências e assuntos contemporâneos, através da técnica de Yoga Nidra (técnica de relaxamento) desenvolvida por Sri Swamiji.

Em 1971, Swami Niranjan foi iniciado em Dashnami Sannyasa (tradição passada de Guru para discípulo) por Sri Swamiji e, nem dois meses depois, Sri Swamiji partiu para a Irlanda com o garoto de onze anos de idade. A partir disso iniciou-se uma jornada de ensinamentos, estabelecendo centros de Yoga e Ashrams, participando em pesquisas de Yoga e, simplesmente inspirando todos, ele teve contato com o mundo todo. Desde cedo, ele era capaz de propagar a missão de seu Guru com humor, sabedoria e profundo entendimento das necessidades das pessoas. Ocasionalmente ele se reunia com Sri Swamiji e o acompanhava nas palestras.

Sri Swamiji e Swami Niranjan na Convenção de Yoga em 1973


Em 1983, Swami Niranjan foi chamado de volta a Munger, onde Sri Swamiji o investiu no cargo de presidente da Bihar School of Yoga (BSY). Swami Niranjan serviu como presidente por vinte e cinco anos. Durante esse tempo, ele levou o movimento do Yoga e o estabelecimento de Ganga Darshan (local onde fica a Bihar School of Yoga) para novos horizontes e continuou ativamente envolvido em palestras, ensinamentos, viagens por toda a Índia e pelo mundo.

Sob o comando de Swami Nirajan, a BSY fez avanços significativos na aplicação do Yoga para atender às necessidades de vários grupos de pessoas na sociedade, incluindo profissionais, médicos, esportistas, presos, membros das forças armadas, crianças em idade escolar, pessoas com câncer, com necessidades especiais e viciados.

Swami Niranjan em 1992
Em 31 de dezembro de 1989, Swami Niranjan foi iniciado por Sri Swamiji como Paramahansa Sannyasin (estágio do Sannyasi, onde, depois de ter concluído o seu trabalho, se ​​aproxima do objetivo final de auto-realização; título que denota um alto estado de consciência dos mestres de Yoga). Durante a Convenção Mundial de Yoga que ele organizou em 1993, Swami Niranjan foi ungido sucessor espiritual de Sri Swamiji pelos expoentes da tradição Sannyasa. Em 1995, no primeiro Sat Chandi Mahayajna (ritual realizado anualmente em Rikhia), Sri Swamiji passou seu poder e sabedoria espiritual da Shakti (consciência manifesta) e do Yoga e seu Sannyasa Sankalpa (missão) para Swami Niranjan e o declarou publicamente Guru (aquele que desfaz a escuridão) e Paramacharya (guia espiritual)  da tradição.

Sem cessar, expandindo e consolidando a missão de seu Guru, ele estabeleceu a Bihar Yoga Bharati - BYB (Instituto para Avançado Estudo em Ciências do Yoga) em 1994, como um Instituto baseado em Gurukul para estudos avançados de ciências Yogis. Academias satélites localizado na Austrália, Europa, Estados Unidos e América do Sul continuaram a levar os ensinamentos da BSY para aspirantes por todo o mundo.

Em 1995, Swami Niranjan iniciou o movimento das crianças no Yoga, Bal Yoga Mitra Mandal - BYMM (Crianças do Yoga Fellowship), onde as crianças de Munger e adjacências assimilam a cultura Yogi. Hoje a instituição cresceu para incluir mais de 120.000 crianças dedicadas ao Yoga.

Em 2000, Swami Niranjan estabeleceu o Yoga Publications TrustYPT (Organização responsável pela divulgação de livros, revistas, áudios, etc) para disseminar e promover o conhecimento Yogi e espiritual, o estilo de vida e a prática.


Swami Niranjan e Sri Satyananda Saraswati

Em 2008, ele deixou a presidência da BSY para a terceira geração, conduzida por Swami Suryaprakash. Em 2009, Sri Swamiji antes de seu Mahasamadhi (liberação final experimentada na partida do espírito para fora do corpo) deu a Swami Niranjan o mandato para embarcar numa nova fase de vida de Sannyasa. Deveria interromper as viagens, focar em Sadhana (disciplina, pratica espiritual) e se estabelecer em Munger. Esta visão se expressa na forma de Sannyasa Peeth (centro de aprendizagem superior para formação de Sannyasi), com o objetivo de reintegrar a herança e cultura ancestral védica na construção da sociedade moderna. Como primeiro grande projeto de Sannyasa Peeth, Swami Niranjan inaugurou um treinamento de Sannyasa de três anos em 2012 e, desde 2011, Sannyasa Peeth lidera o Lakshimi-Narayana Mahayajna (ritual realizado anualmente na BYS), que é conduzida anualmente de 8 a 12 de setembro.

Para realizar um mandado dado por Sri Swamiji, Swami Niranjan iniciou em 2010 as séries de Satsangs Yogadrishti – Yogavision (série de Satsangs conduzida por Swami Saraswati Niranjanananda entre 2011-2013), expondo praticamente a cada mês um novo tópico de Yoga e vida espiritual. Em outubro de 2013, Swami Niranjan lançou a World Yoga Convention (Convenção Mundial de Yoga), um evento que marcou a próxima revolução Yogi e espiritual, despertando um profundo insight e entendimento da ciência ancestral do Yoga.

Swami Niranjan realizando Panchagni Sadhana
Fonte: Bihar School of Yoga

domingo, 23 de março de 2014

WORKSHOP EM CAXIAS DO SUL

Workshop: Gerenciando o stress através do Yoga


Inscrições até 25 de março (ou enquanto houver vagas).
Contato:  (54) 99753745(54) 81295031 e(54) 3536 2348.

PARTICIPE E DESCUBRA O PODER DO YOGA EM SUA VIDA !

quinta-feira, 20 de março de 2014

WORKSHOP: Yoga para a Coluna Vertebral




Você sabia que a saúde da sua coluna interfere sensivelmente
 na sua forma de lidar e estar no mundo?

FAÇA SUA INSCRIÇÃO !
Contato: 31 3296-2869

terça-feira, 18 de março de 2014

ACONTECEU - AULA DE YOGA PARA GESTANTE

A convite do SESC – Serviço Social do Comércio de Araxá, a professora de Yoga  Juliana Nader (Sutradhara) afiliada ao Satyananda Yoga Center, realizou no dia 27 de fevereiro de 2014 uma aula de Yoga para o curso do Projeto SESC Materna, que é um curso gratuito, aberto às gestantes, em qualquer período gestacional, e seus acompanhantes. O curso tem seis semanas de duração, com encontros semanais que duram cerca de duas horas. Nesses encontros as gestantes e seus acompanhantes receberão orientações sobre o pré-natal, direitos das gestantes, alterações na gravidez, exercícios físicos na gestação, nutrição, parto e pós-parto, amamentação, cuidados com a saúde do bebê, planejamento familiar entre outros temas.

Profa. Sutradhara ministrando praticas de respiração para gestantes e acompanhantes.

Neste dia além da programação do SESC, as gestantes e seus acompanhantes tiveram uma aula de Yoga, onde foi trabalhado especificamente: respiração, relaxamento (Yoga Nidra) e uma pequena meditação, tendo como objetivo mostrar as gestantes a importância destas atividades nesse período de gestação.

 O Yoga neste período é de extrema importância porque promove saúde para o corpo e a mente, unificando o crescimento físico, emocional e espiritual da mãe com o filho. Nas técnicas utilizadas as gestantes podem obter os seguintes benefícios:
práticas de respiração: amplia a capacidade pulmonar, fornece bastante oxigênio para a mãe e filho, purifica o sistema nervoso criando uma sensação de bem-estar;
- prática de relaxamento: relaxamento do corpo e mente, diminuí a ansiedade no período de gestação;
- prática de concentração: desenvolve o equilíbrio emocional e a concentração.

Praticas de relaxamento

Praticas de meditação

O Satyananda Yoga Center juntamente com os professores afiliados tem a preocupação de estar sempre trabalhando com a sociedade em trabalhos sociais, seguindo os ensinamentos do Sri Swami Satyananda Saraswati de: SERVIR – AMAR – DOAR. Se quiser saber mais sobre nossos Projetos Sociais, acesse nosso site (clique aqui).

sexta-feira, 14 de março de 2014

RETIRO DE OUTONO


Purificação e Despertar dos Canais e Centros de Energia do Corpo
Nadi, Chakra Shodhana, Prana Nidra

Clique na imagem para ampliar

Obs.: Professores de Yoga que trouxerem três alunos tem desconto de 5% !

Maiores Informações: GANESHA - Centro de Cuidado do Ser
Fone: (16) 3623-0962

Programe-se e Participe !!

quarta-feira, 12 de março de 2014

ACREDITE EM SI MESMO

Fonte: 4ever.eu

Pergunta direcionada a Swami Niranjanananda Saraswatidurante o Satsanga em 
Ganga Darshan/ Índia, dezembro de 2000.

O que você gostaria de nos dizer agora?

Acredite em si mesmo. Saiba que você tem o poder, a habilidade, a coragem e a força de vontade de transformar a si mesmo. A melhor forma de chegar a essa transformação é por meio do silêncio, não pela lógica ou pelo intelecto, ou por perguntas e discussões. Tantos livros já foram escritos, mas as pessoas continuam a fazer perguntas. As respostas já foram dadas em todas as escrituras, por diferentes mestres e santos, mas ainda continuamos a nos perguntar sobre a razão, o porquê, quando e como. Fazemos continuamente as mesmas perguntas, mesmo quando as respostas já nos foram dadas.

Você aprende em silêncio sobre os mistérios da vida, ao compreender e acreditar que você tem a força, a coragem e a habilidade. Você consegue transformar um pedaço de terra infértil em um jardim florido. O método você pode escolher por si mesmo. Se não tem água perto, você poderá cavar um poço ou fazer um canal de um rio próximo. Você sabe que tem que regar o jardim, e terá que achar o seu próprio método. Você terá que encontrar formas de obter as sementes certas, protegê-las e oferecer o que for necessário para que cresçam.

Isto se torna fácil e simples se você acredita em si mesmo e tem força de vontade e sinceridade. Sentar-se com a mão na cabeça pensando, “Deus o que devo fazer com esse pedaço de terra? Ele está cheio de pedras e não tem água perto.” não tem nenhuma utilidade. Este pensamento fatalista é a estrada para o tormento, o inferno. Este é o maior obstáculo a ser superado. Uma atitude de fé é o caminho para o paraíso. Assim, nunca seja fatalista. Sempre tenha fé em si mesmo.

Swami Niranjanananda Saraswati

Fonte: http://www.yogamag.net/archives/2006/ajan06/sat106.shtml

terça-feira, 4 de março de 2014

GURU BHAKTI SADHANA - Todo 5° e 6° dia de cada mês


O Maha Samadhi de Sri Swami Satyananda

Sri Swami Satyananda Saraswati

À meia-noite do dia 5 dezembro de 2009, Sri Swami Satyananda Saraswati alcançou o mais elevado estado de Maha Samadhi (liberação final experimentado na partida do espírito através corpo). No dia 6 de dezembro, foi dado Bhu Samadhi (suspensão da respiração, onde todas as funções vitais parecem ter cessado) em Rikhiapeeth. Exatamente um ano depois, no dia 6 de dezembro de 2010 foi realizado o primeiro dia do Sat Chandi Mahayajna (antigo ritual tântrico realizado anualmente em Rikhia), e também oferecido o Sannyasa Abhishek (banho cerimonial, consagração) de Swami Niranjan, o sucessor espiritual de Sri Swamiji. Isso não foi coincidência, mas uma indicação de auspiciosidade. O dia e o evento do Maha Samadhi foram escolhidos por Sri Swamiji e o quinto e sexto dia de cada mês serão abundantes com suas bênçãos, energia espiritual e esplendor.

Em Ganga Darshan Vishwa Yogpeeth e em Rikhiapeeth, estes dias são considerados sagrados, assim são realizados Pujas (ritos, culto) especiais todos os meses. Para benefício de todos os devotos e aspirantes espirituais um Sadhana (prática de elevação espiritual) simples foi dado por Swami Niranjan, a ser praticado no dia 5 e 6 de cada mês. Este Sadhana é um meio de oferecer a devoção, lembrança e culto a Sri Swamiji e entrar em alinhamento com as vibrações superiores da consciência iluminada que emanam naquele momento.

No dia 5 de dezembro às 6h30 da manhã, em um local limpo e decorado para o culto, um Jyoti (vela, luz) devem ser acesas à frente de uma foto de Sri Swamiji. Uma foto de Sri Swami Sivananda também deve ser colocada ao lado de Sri Swamiji. As flores podem ser colocadas em torno do Jyoti e das fotos. Incensos devem ser queimados. Esta chama deve ser cuidada para que possa queimar continuamente a partir das 6h30 do dia 5 até a meia-noite do dia 6 de cada mês. Todos as vocalizações devem ser feitas à frente deste Jyoti. Oferendas e honras devem ser realizadas diante das fotos de Sri Swamiji e Sri Swami Sivananda. Aqueles que são capazes e tem o conhecimento podem realizar Havan (ritual do fogo) durante os Sadhana Mantras na parte da manhã e à noite. Aqueles que não são capazes de realizar Havan pode simplesmente cantar os Mantras. Durante esse Sadhana, o mais importante é manter seu coração aberto. Seja inocente como uma criança e cheio de fé e você vai sentir e experimentar a graça e as bênçãos de Sri Swamiji manifestando em sua vida.


Manhã: 06h30 - 5° e 6° dia de cada mês.
Bhajans (canções devocionais)  
Guru Paduka Stotra - durante o qual Swami Sivananda deve ser lembrado. Guru Stotra - durante o qual Swami Satyananda deve ser lembrado.

Mantras para Hawan
Vishnu Sahasranama ( 1.008 nomes de Vishnu) com “Svaha” após cada nome. Aqueles que não podem cantar Vishnu Sahasranama devem cantar “Om Namo Bhagvate Vasudevaya Svaha” 1.008 vezes.

Kirtan
Maha Mantra: Hare Rama Hare Rama, Rama Rama Hare Hare Hare Krishna Hare Krishna, Krishna Krishna Hare Hare.


Noite: 06h30 - 5° e 6° dia de cada mês.
Bhajans (canções devocionais)
Guru Stotra com pensamento em Sri Swamiji.

Mantras  para Hawan
Maha Mantra Mrityunjaya x 108, Durga Battisnam (32 nomes de Durga) x 11 Satyananda Gayatri x 108 (Om Paramahamsa Avadhootaya Vidmahe, Satyanandaya Dhimahi, Tanno Guru Prachodayata ‘Svaha’).

Kirtan
Pode ser vocalizado qualquer Kirtan para o Guru.

Fonte: www.biharyoga.net/living-yoga/sadhana-for-maha-samadhi-of-sri-swami-satyananda

domingo, 2 de março de 2014

MITOLOGIA INDIANA HINDU

A Índia possui uma grande diversidade de expressões simbólicas e mitológicas permeando sua estrutura cultural e interagindo com as diferentes correntes de pensamento filosófico, como o Hinduísmo, o Budismo, o Catolicismo, o Islamismo, o Jainismo, o Sufismo, o Zoroastrismo, dentre outros. Podemos encontrar no Hinduísmo, o mais popular ponto de vista indiano de interpretação das experiências de interação com o sagrado.Essa diversidade está retratada a partir de uma “antiga” mitologia Hindu, associada com as divindades de caráter mais naturalista dos Vedas e encontrada nas descrições e hinos dos Samhitas, Aranyakas, Brahmana, Upanishads e uma “nova” Mitologia Hindu, encontrada nas descrições dos Puranas, Itihasas e Tantras. As lendas e divindades da “antiga mitologia” representam, por um lado, as expressões das forças da natureza como o sol, a chuva, o fogo, o vento, etc., e por outro lado, é também o conceito abstrato do onipresente Brahmam (o ser supremo), que se manifesta sob diversas formas na vida cósmica. As lendas e divindades da “nova mitologia” possuem uma estrutura diferenciada, elas representam mais claramenteas interações e proximidade entre o ser supremo e os seres humanos, em detrimento das relações com as forças e expressões da natureza e do abstrato. Os deuses e os homens convivem e fazem parte de um mesmo plano de experiência de renascimentos e mortes do universo e de todos que nele habitam, o Samsara.
Os Puranas, livros para educação filosófica que relatam as lendas e feitos heróicos das divindades mais populares, descrevem três principais personagens responsáveis pelo processo de criação, preservação e destruição do universo e da vida. Brahma seria o responsável pela manifestação da matéria e de todos os seres vivos. Vishnu seria aquele que através de seus esforços e estratégias possibilitaria que o universo e os seres vivos pudessem experimentar a experiência da continuidade. Shiva teria o papel de provocar o movimento constante de renovação, transformação e destruição.
Brahma é o criador dos deuses, dos humanos e de tudo o que é existente no universo manifesto. Ele é representado como um homem que possui quatro cabeças (Caturanana), vestindo um traje branco sentado sobre uma flor de Lotus ou cavalgando em um cisne, símbolo da liberdade soberana alcançada através da maturidade espiritual. Brahma geralmente leva em suas mãos: os quatro livros sagrados (Vedas), um colar de contas (Mala), uma flor de Lotus, um prato para recolher esmolas e uma vasilha para água dos banhos de sacrifício.
Brahma

Vishnu representa o princípio divino considerado sob seu aspecto preservador do mundo. Ele normalmente é apresentado como um homem de cor azul escuro, vestindo roupas amarelas e cavalgando uma águia semidivina (Garuda), que em tempos passados foi um Asura (aspecto demoníaco) que tombou dominado pelo poder do deus preservador e foi transformado em sua montaria (Vahana).
Vishnu

Vishnu leva em suas quatro mãos: uma clava de combate (Gada); uma concha (Sankha); uma arma em forma de disco luminoso (Chakra); uma flor de Lotus; e faz o gesto que desfaz o temor (AbhayaMudra). Em algumas outras apresentações, ele pode aparecer de pé, sentado ou deitado sobre a serpente Sesha (também chamada de Ananta, eternidade), que simboliza o resto, a sobra da energia que permanece sem emprego após a produção da matéria sólida e a conclusão da criação pelo deus Brahma.

Em cada ciclo de vida universal, durante os períodos de crise, quando as leis cósmicas (Dharma) estão ameaçadas pela ignorância (Avidya) e existência de seres demoníacos (Asura) extremamente poderosos, Vishnu manifesta uma parte de sua essência (Avatar) para destruir as forças negativas e restabelecer a ordem. A tradição aponta que já se manifestaram sobre a Terra nove Avatares e um décimo estaria sendo esperado para essa era em que vivemos (KaliYuga).
A função do primeiro Avatar, chamado Matsya (O Peixe Primordial) foi salvar Vaishvavarta Manu, o progenitor da raça humana, do dilúvio que ameaçava tragar toda a Terra. Do segundo Avatar, chamado Kurma (A Tartaruga Cósmica) foi permitir ao deus Indra e aos três mundos recobrarem o vigor perdido devido a uma maldição proferida por um sábio. Do terceiro Avatar, Varaha (O Javali Flamejante), era o de levantar das águas a deusa Terra (Bhumi Devi) que tinha sido submersa e aprisionada por um poderoso demônio. Do quarto Avatar, Narasimha (O homem leão), foi libertar o mundo da tirania do Rei Hiranyakasipu. Do quinto Avatar, Vamana (O Anão Divino), era restabelecer o poder dos deuses e destruir a opressão. Do sexto Avatar, Parasurama (O Portador do Machado), foi libertar a classe de sacerdotes Brahmanes da tirania e opressão da casta guerreira (Kshatrya). Do sétimo Avatar, Rama (O Nobre Guerreiro) foi dar exemplos de elevadas virtudes a todos os seres. Do oitavo Avatar, Krishna (O Negro), era destruir demônios e liderar uma grande guerra ocorrida entre duas importantes linhagens Arya (guerra descrita no MahaBharata e BhagavadGita). Do nono Avatar, Buddha (O Mensageiro), foi enganar os inimigos dos deuses e preparar o caminho para os verdadeiros discípulos.  Do décimo Avatar, Kalki (O Homem Cavalo), que está sendo aguardado, será destruir demônios e restabelecer a luz nesta era de trevas (KaliYuga) em que nossa existência estaria inserida.
Shiva é representado de muitas maneiras distintas. Como Adynatha, mestre do Yoga, ele aparece em geral com quatro braços; com as duas mãos superiores sustêm um pequeno tambor (Damaru) e um tridente (Trishula, símbolo do tríplice tempo, Trikala.) e com as outras duas faz, respectivamente, o gesto de doação (Vara mudra) e o de segurança (Abhayamudra). No centro de sua testa encontra-se um terceiro olho. Esse olho frontal representa o “sentido da eternidade”. Segundo a tradição, um olhar desse terceiro olho reduz tudo a cinzas, destruindo toda a ilusão ou ignorância (Maya).
Shiva usa sobre seu corpo uma pele de tigre. Uma serpente lhe serve de colar, usa outra como um cordão sagrado e outras duas estão enroladas nos braços como braceletes. Seus cabelos são emaranhados e em forma de tranças. Entre seus cabelos ele leva a quinta cabeça de Brahma e a deusa Ganga. O veículo de Shiva é o touro Nandi (símbolo de poder, força, fecundante). O touro está ligado ao culto da grande mãe, ao culto agrário da fertilidade e seu mugido é similar ao trovão e ao furacão.
Shiva

Brahma, Vishnu e Shiva formam a tríade responsável pelo jogo cósmico (Lila) que embriaga e mantém os seres presos no eterno ciclo existencial (Samsara). Por outro lado eles também representam a consciência onipresente, onipotente e onisciente que, se reconhecida ou mesmo desperta no mais íntimo de cada um, possibilita uma evolução transcendente e libertadora das correntes que prendem ao jugo da roda da vida.
Na realidade todo esse rico e criativo simbolismo da mitologia Hindu, tem como objetivo chamar nossa atenção para a infinita diversidade existente na experiência da vida humana, evocando distintas possibilidades de compreensão e indicando caminhos para que possamos transformar nossas vidas positivamente. Sendo assim, deleitar-se com as lendas e mitos da tradição indiana é um convite ao autoconhecimento, à reflexão filosófica e ao pensar sobre o sagrado.

Texto escrito por Swami Aghorananda Saraswati (Sérgio Clark).
Coordenador do Satyananda Yoga Center - Representante do Brasil da Bihar School of Yoga/Índia.
 Professor de Yoga e da tradição do Tantra.
Autor dos livros: Mitologia Hindu, Ed. Madras, São Paulo e Tantra Vidya, Ed. Mondana, Belo Horizonte.
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